quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Cortiça, uma das Joias Portuguesa

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Cortiça, uma das Joias Portuguesa

Portugal é um dos países da Europa com muitas diversidades e com riquezas construídas pelas mãos dos homens, como palácios, castelos, abadias, pontes, estradas, bibliotecas, entre outras e com imensas riquezas naturais.



Entre as riquezas naturais, uma das maiores, senão a maior, é a cortiça. Afinal, Portugal é o primeiro produtor mundial de cortiça, sendo responsável por cerca de 50% da produção mundial que é dividida com Espanha, Marrocos e Argélia em mais de 2 milhões de hectares de florestas de sobreiros.

Sobreiro, a Árvore da Cortiça

A cortiça, em seu estado bruto, é simplesmente a casca de uma árvore chamada sobreiro, da família dos carvalhos. O sobreiro se espalha por todo pais e pode alcançar uma altura de 10-25 metros de altura, aproximadamente, com muitas folhas.

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A extração da casca do sobreiro, a cortiça, é chamada de descortiçamento e pela lei portuguesa só pode ser feita de 9 em 9 anos, tempo que o sobreiro tem para regenerar suas células e formar outra casca e é preciso que o sobreiro tenha no mínimo 40 anos para que se possa extrair a casca. Antes desse tempo, a cortiça não é suficientemente resistente.

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O melhor clima para o descortiçamento é no verão, pois o calor faz com que a casca do sobreiro se solte mais facilmente e evita que a cortiça se quebre. 
Quando a casca é extraída o tronco do sobreiro fica com uma cor ferrugem.

A Cortiça e a História

Há alguns relatos históricos onde a utilização da cortiça estava presente entre os antigos egípcios, antigos romanos, monges medievais, entre outros povos.

Os antigos egípcios usavam a cortiça como material em seus túmulos, como utensílios náuticos, na pesca e em aplicações para o uso do dia a dia como material para as solas das suas sandálias, entre outras utilizações.

Os antigos romanos usavam a cortiça como palmilhas para os calçados, para vedar seus jarros e ânforas, nas casas como revestimentos de telhados e tetos para vedação e isolante térmico.

A cortiça é excelente isolante térmico, tanto que os monges medievais usavam a cortiça revestindo as paredes de seus aposentos para se protegerem do frio e do calor.

Na navegação, os portugueses utilizavam em suas caravelas na grande época das navegações.

E assim, a cortiça marcou a história gerando vários relatos que enriqueceram a história da cortiça...


A Cortiça e a Arte da Indústria

O processo da extração da cortiça é muito demorado, mas depois de extraída e cortada em forma de pranchas, a cortiça precisa descansar durante até 6 meses, depois ser lavada e cozinhada em água com temperatura de 95°C.

Depois, mais alguns dias de descanso, a cortiça está pronta para receber o corte e a separação das peças defeituosas.


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Imagem original: Artes de Portugal
Uma vez separada as peças de cortiças que não passam no controle de qualidade, elas são usadas para fabricar "arte da cortiça", que vai desde peças industriais na área aeroespacial e construção à almofadas, malas, bolsas, calçados, acessórios, guarda-chuvas, entre outros.


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Imagem original: Acessórios "Mão de Cortiça" - Paula Guimarães - Boas Notícias

A Cortiça e os Vinhos

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Além das inúmeras opções de utilização, não há como negar que quando falamos de cortiça relacionamos quase imediatamente aos vinhos, por em sua maioria ter a tampa da garrafa de rolha de cortiça, apesar das tampa "screw cap", mesmo assim a tampa da garrafa de rolha de cortiça continua sendo a maioria.

O uso da rolha de cortiça como tampa de garrafa do vinho surgiu no século 17 por um monge francês para vedar as ânforas de vinhos, pois não havia uma vedação apropriada e o vinho era consumido fresco.

Apesar dos recipientes de vidros serem usados desde o império romano, o recipiente de vidro se tornou "garrafa de guardar vinhos" no século 17 quando o inglês Sir Kenelm Digby, que nos anos 1630 foi proprietário de uma fábrica de vidro produziu em série garrafas mais resistentes, escuras para o vinho ficar protegido da luz e com tampas de cortiças e com formato semelhante as de hoje.

Até 1830 as rolhas de cortiças eram em forma do cone, para seu melhor encaixe nos gargalos das garrafas de vinhos, só a partir daí foram criadas máquinas capazes de introduzir rolhas cilíndricas, como as de hoje.


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As rolhas de cortiças maciças são feitas somente de cortiça, melhor qualidade. Quanto mais larga, longa e elástica for a rolha, melhor para que ela tenha firmeza e consiga vedar a garrafa de vinho, porém o custo de produção é mais caro.

As rolhas de cortiças de aglomerados de cortiças são feitas com sobras das cortiças da produção das rolhas de cortiças maciças. 
As sobras são moídas e coladas, assim a durabilidade e elasticidade são menores com um custo de produção mais barato. Por isso, quando abrimos alguma garrafa de vinho a tampa de rolha de cortiça se esfarela.

Ao longo dos anos, alguns produtores de vinhos substituíram as rolhas de cortiça pelo plástico e metal, devido ao risco de deterioração do vinho. Mesmo assim, a cortiça manteve a imagem de corresponder ao vinho de qualidade.

Cortiça, a Joia Portuguesa

A cortiça é considerada como uma joia da economia portuguesa, a indústria corticeira, para além da forte relação com a cultura vinícola, expande, também, a outros vários produtos, assegurando uma excelente posição de referência no mercado mundial.







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