sexta-feira, 8 de setembro de 2017

A IMPORTÂNCIA DO VINHO NA HISTÓRIA DA HUMANIDADE

“Noé plantou a vinha e tendo bebido do seu vinho, embriagou-se”, esta é a primeira alusão ao vinho na Bíblia.
A partir da Ásia, a vinha espalhou-se pelo Egito, Tracia (hoje, sul da Bulgária) e países mediterrânicos.
E assim começa a história do vinho e suas curiosidades como a adoração à Baco que ia além da simples veneração devida ao criador e protetor da videira. No início Baco apareceu como uma espécie de divindade suprema, contudo, logo se descobriu o seu caráter, o seu culto desenvolveu-se para o lado em que se desfrutava de todos os prazeres que o mundo oferecia.  As celebrações da vinha e do vinho em Atenas eram feitas em festas especiais como procissões e espetáculos dramáticos e tomavam um dia por ano totalmente dedicado a Baco, contudo os Bacanais, nasceram provavelmente no Egito, de onde passaram para a Grécia e mais tarde para Roma com um inusitado caráter de orgia, a tal ponto que os poderes públicos decretaram a sua suspensão em 186 A.C. A dedicação da vinha a uma divindade, a importância que se lhe dá nas escrituras bíblicas assim como o prestigio do vinho, presente em tantas cerimônias religiosas e não religiosas, levou ao desenvolvimento de um material pictórico riquíssimo que ilustra bem o tema e de grande valor documental. Desta forma, estão nos desenhos assírios, nas pinturas funerárias egípcias e nas as tábuas achadas em Cartago, Túnis e Marrocos, encontram-se referências à videira e ao vinho.
Já na literatura, existem autores como o poeta Hesíodo, os historiadores Heródoto e Xenofonte e o geógrafo Estrabão que relataram através de suas obras exatamente como estiveram repartidos os vinhedos na Antiguidade. Na Ásia prosperavam sobre as margens do golfo Pérsico, na Babilônia, na Assíria, no litoral dos mares Cáspio, Negro e Egeu, na Síria e na Fenícia. Palestina, pátria da fabulosa descendência de Canaã, possuía uma gama de vinhos de grande reputação que provinham de plantas selecionadas e cultivadas com esmero segundo os métodos que havia estabelecido à lei hebraica. 
A viticultura, do Egito estendeu-se rapidamente à Europa, primeiro na Grécia, com vestígios do templo de Baco. Os vinhos que se produziam nestas regiões eram levados em navios a Roma onde os vinhos gregos, que gozaram de renome durante muito tempo, alcançavam às vezes preços exorbitantes. Grandes consumidores de vinhos, as pessoas daquela época caiam frequentemente no excesso, em Roma, o vinho era proibido para as mulheres, desenhos antigos revelam o uso excessivo no Egito. Através dos exércitos romanos, a vinicultura chegou à Gália e foi até Lyon, passando por Helvécia, quando caiu no gosto dos gauleses e germânicos o seu consumo generalizou-se, chegando a Bordeaux. Já no século III, o vinhedo ocupava na Europa as mesmas regiões dos tempos atuais, incluídos os países do Danúbio, graças, sobretudo ao imperador Marco Aurélio, que quando a guerra o permitia, transformava suas legiões de guerreiros em pacíficos viticultores. Já na época do Renascimento, o mapa do vinhedo europeu coincidia aproximadamente com o atual. Com a colonização e a expansão do cristianismo a viticultura atravessou o mar chegando aos países da América de Sul, o México, a Califórnia, a África do Sul, e em alguns países islâmicos, como na Argélia, tomou novo impulso. Nesta, como em todos os países muçulmanos, havia sido travada pelos preceitos do Alcorão, que proibiam aos crentes o consumo de bebidas alcoólicas. Doze séculos depois de Maomé, a Argélia encontrava-se à altura dos principais países vinícolas do mundo. Porém, como sempre, o gênio e a perseverança dos homens sobrepuseram-se a estas contrariedades. Atualmente os métodos de vinificação alcançaram um grau de perfeição quase científico. Em época de voos espaciais e da ciência nuclear o vinho conserva todo o seu prestígio. Intimamente vinculado às origens da nossa civilização, constitui um de seus desenvolvimentos mais importantes e pacíficos. E ainda continua sendo a mais nobre das bebidas.

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