sexta-feira, 10 de agosto de 2018

10 Mitos Sobre Vinhos que Não te Contam

Vinhos Sem Preconceito - 10  Mitos Sobre Vinhos que Não te Contam

Muito se fala sobre os vinhos, frases e afirmações, porém nem sempre elas são verdadeiras, então reproduzimos a parte integrante de um texto da Revista Wine (https://www.wine.com.br/), que achamos interessante e, que fala sobre alguns mitos sobre esse líquido precioso: o VINHO!

1 - O vinho, quanto mais velho melhor! 
Uma das frases feitas preferidas de portugueses e não portugueses. Quase todos estão convencidos da razoabilidade da afirmação! Infelizmente, são poucos os vinhos que sabem envelhecer bem e ainda mais raros os que conseguem envelhecer com saúde. A quase totalidade dos vinhos mundiais, espumantes, brancos, rosés e tintos, é feita para ser consumida num curto prazo de tempo. A maioria dos rosados tem um período de vida útil de um ano, os brancos de dois anos, enquanto que nos tintos esse prazo se alarga para um máximo de quatro ou cinco anos. Por outro lado, sabendo que as condições de guarda dos vinhos são raramente razoáveis, não espere demasiado tempo para abrir as suas garrafas. Os poucos vinhos pensados para durar anos, décadas, são vinhos excepcionais… e geralmente muito caros. Mas, claro, nada se compara ao prazer de poder desfrutar de um vinho velho em plena saúde. Se tiver disponibilidade de capital e de espaço de guarda, atreva-se neste desiderato.

2 - Um vinho “Reserva” será sempre melhor do que um vinho “normal”. 
As palavras “Reserva”, “Colheita Selecionada” ou “Garrafeira” são uma garantia de qualidade! Infelizmente, a realidade não confirma esta presunção. Na verdade, este tipo de adjetivação não tem qualquer relacionamento direto com a qualidade de um vinho. Os designativos “Reserva” e “Garrafeira” são normativos legais que em cada região determinam o período mínimo de estágio em barricas e, posteriormente, em garrafa. Não caracterizam mais nada e não existe qualquer correlação com a qualidade real. Indicações como “Colheita dos Sócios”, “Colheita Selecionada”, “Seleção Especial”, “Reserva Pessoal”, ou outras referências, são opções de “marketing” sem qualquer conexão com a qualidade do vinho. Muitos vinhos triviais e de fraca qualidade ostentam estas palavras nos rótulos, da mesma forma que alguns dos melhores vinhos nacionais não lhe fazem referência. Por si só, estas palavras nada lhe dizem sobre o vinho.

3 - Um vinho “DO” (antes denominado “DOC”) será sempre melhor do que um vinho “Regional”.
Mais uma vez, a realidade encarrega-se de não confirmar esta suposição. Para que um vinho tenha o direito de ostentar o nome de uma Denominação de Origem terá de obedecer a regras claras, nomeadamente quanto ao uso das castas autorizadas e recomendadas para essa mesma “DO”. Se, por exemplo, um produtor recorrer a castas não contempladas para essa mesma região, mesmo que melhores, ficará impedido de usar o nome da “DO”. Algumas denominações de origem mais jovens, com menos historial, por vezes criadas apressadamente, nem sempre fizeram apostas racionais na escolha das castas recomendadas. Como tal, muitos produtores sentem-se constrangidos a recorrer a castas não recomendadas, castas que consideram ser mais adequadas às suas necessidades. É isso que explica por que alguns dos melhores vinhos portugueses são vinhos regionais. Este fenômeno é igualmente válido para outros países europeus, sobretudo Itália.

4 - O vinho de mesa não presta. 
Por regra, o vinho de mesa é efetivamente de fraca qualidade e não merece demasiadas considerações. Existem, no entanto, raras excepções, e por vezes o vinho de mesa é a única solução para alguns produtores. Por exemplo, a legislação portuguesa não permite a mistura de vinhos provenientes de duas regiões diferentes. Imagine que existia (e existe) um vinho que emparceirava uvas do Dão e do Douro. Isto seria ilegal face à lei atual, excepto se vendido debaixo do chapéu-de-chuva de vinho de mesa. É esse o caso de um ou outro vinho português de topo. Ou imagine que um vinho não seria capaz de atingir a graduação mínima para poder ser considerado DOC ou Regional. Os vinhos de mesa seriam seguramente um refúgio comum entre os produtores portugueses, não fora a grave limitação de os vinhos de mesa não poderem estampar o nome de castas, e sobretudo, a data de colheita no rótulo.




5 - Os vinhos mais caros são sempre melhores. 
Seguramente que não e os exemplos a provar o contrário abundam. Num mercado livre, o preço dos vinhos é determinado não só pelos custos de produção mas também pela sua escassez, pelo fator moda, pelo eventual empolamento feito pela comunicação social, por boas campanhas de promoção, etc. No entanto é verdade que os melhores vinhos são usualmente mais dispendiosos na elaboração. Melhores barricas, menores produções, mais mimos, melhores rolhas e melhores equipamentos implicam custos acrescidos. Mas mesmo estes custos acrescidos não garantem, de forma alguma, que o produto final seja melhor ou sequer bom…

6 - O vinho branco não consegue envelhecer e tem de ser bebido o mais depressa possível. 
Embora a afirmação não seja universal, existem razões mais do que suficientes para o depoimento. São poucos os vinhos feitos para envelhecer e ainda menos os vinhos brancos que têm capacidade para envelhecer. Por outro lado, existem exemplos vivos de vinhos brancos que envelhecem de forma admirável. Os vinhos da casta Alvarinho, de Monção e Melgaço, e os vinhos da casta Encruzado, no Dão, são os melhores exemplos portugueses. Fora de Portugal, a capacidade de guarda dos Riesling alemães é afamada, podendo viver em perfeita saúde por mais de 40 ou 50 anos.

7 - O vinho rosé é uma mistura de vinho branco com vinho tinto. 
Não, não é, mesmo se a convicção se encontra firmemente enraizada no nosso imaginário. O vinho rosado é feito a partir de uvas tintas. A polpa da quase totalidade das uvas tintas é incolor, incapaz de acrescentar pigmentação ao mosto. São as peles, ou melhor, os corantes existentes nas películas das uvas tintas que acrescentam coloração ao vinho tinto. Quanto maior for o contacto com as peles, quanto maior for a extração, mais intensa será a cor resultante. Os vinhos rosados passam pouco tempo de maceração em contacto com as películas e, como tal, não têm tempo suficiente para extrair muita matéria corante. O vinho resultante frui assim de uma cor mais aberta e rosada.

8 - O vinho branco tem de ser produzido com uvas brancas. 
Na verdade… não! O vinho branco pode ser elaborado a partir de uvas tintas. Como acabamos de ver, a polpa das uvas tintas não tem matéria corante e, portanto, o sumo resultante é incolor. Se as uvas forem prensadas em bica aberta, ou seja, sem contacto com as peles, o vinho resultante é branco, esbranquiçado ou muito levemente salmonado. Como tal, é possível, e por vezes comum, que os vinhos brancos sejam elaborados recorrendo a uvas tintas. O caso mais paradigmático ocorre em Champagne, onde as castas Pinot Noir e Pinot Meunier, ambas tintas, são por regra vinificadas em branco. Quando assim é, o champanhe é categorizado como “blanc de noirs”. Em abono da verdade, convém referir que se exceptuarmos o caso particular dos vinhos espumantes, raramente vemos esta técnica aplicada.

9 - O Vinho Verde é feito com uvas vindimadas ainda verdes, em oposição ao vinho maduro, que é elaborado com uvas completamente maduras. 
A imagem é comum, mesmo entre alguns apreciadores informados, mas não tem qualquer fundamento. Vinho Verde é o nome de uma região portuguesa, tal como as regiões do Douro, Ribatejo ou Bairrada. A região ganhou o nome de Vinho Verde por ser a região mais verde e úmida de Portugal, o Minho. Pela mesma razão, a região de turismo chama-se Costa Verde. Como seria de esperar, os vinhos provenientes da região do Vinho Verde são elaborados com uvas maduras, tal como nas restantes regiões portuguesas.

10 - Os verdadeiros grandes vinhos não sabem bem enquanto são jovens e só melhoram com a idade. 
Não acredite nisso! Os bons vinhos são sublimes desde a nascença e não é por um milagre tardio que se transfiguram de bestas em bestiais. Claro que os vinhos que envelhecem bem poderão ser duros e severos enquanto jovens, mas a qualidade tem de se mostrar desde o primeiro instante. A história do patinho feio não tem cabimento no mundo do vinho. Um mau vinho nunca se transformará num bom vinho!





Um brinde à todos!
Beba sempre com moderação.






8 comentários:

  1. Meu Deus minha vida é uma mentira! Kkkk Adorei aprender o que é real ou fakenews sobre vinho. Desde a primeira a última afirmação já fui aprendendo. Obrigada por compartilhar!

    www.bembela.com

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  2. Achei que conhecia bastante coisa sobre vinho,mas pelo o que li,percebi que muito do que eu acreditava era totalmente equivocado.Gosto muito de vinho,apesar de ultimamente estar um pouco distante..Enfim,a parte do vinho branco foi a que mais fiquei tip "wtf",hahaa.

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  3. Não entendo nada sobre vinho, mas já ouvi algumas dessas frases! Seu texto foi bem esclarecedor, vou lê-lo para meu marido.

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  4. Sou apaixonada por vinhos. Minha família é toda de São Roque e lá temos várias vinícolas, a principal é o Góes.
    Alguns desses mitos eu já sabia, mas a maioria me pegou de surpresa. Foi um post bem esclarecedor.
    Parabéns pela matéria.

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  5. Olá!
    ótimas dicas para quem aprecia vinhos, já escutei que quanto mais velho melhor rs' sue post é bem esclarecedor, ótimas dicas!

    beijos

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  6. Olá! Tudo bem?

    Eu sempre escuto essa coisa de que Vinho quanto mais velho melhor. MESMO! E juro que sempre acreditei sim. As demais afirmações eu não conhecia, mas foi bom ler para tirar dúvidas sobre o que importa para a qualidade do vinho. A única coisa que só afirma uma coisa que sempre digo é: quanto mais caro o vinho, melhor a qualidade.
    Diego, Vida & Letras
    www.vidaeletras.com.br




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  7. Olá!!
    Essa do vinho quanto mais velho melhor, eu já escutei demais e sempre levei a sério. Eu só percebi que poderia ser mentira quando a minha mãe guardou um por uns 5 anos e quando abrimos estava horrível.
    As outras eu não sabia mesmo rs
    Bjs
    https://almde50tons.wordpress.com/

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  8. Que post bacana ! O dos vinhos mais caros sempre serem os melhores, a maioria pensa né...kkkk mas realmente não tem nada a ver o preço com o sabor e qualidade ...

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