O
“Vinho dos Mortos” da região do Norte de Portugal, tem uma história muito
interessante. Bragança que é uma cidade localizada em Trás-os-Montes abrigava
um povo duro, de origem Celta, acostumado a uma vida de comida escassa e
temperaturas extremas, principalmente no inverno. O que não impediu que em 1808
os franceses invadissem a região levando o povo transmontano a esconder todos
os bens que haviam obtido a duríssimas custas. Seus vinhos, por exemplo,
enterraram embaixo da terra, nas adegas e casas. Após a expulsão destes pelos
ingleses, a população lá foi desenterrar as suas garrafas pensando que o vinho
estaria estragado, mas a verdade é que estava melhor e com gás, devido à
ocorrência de uma segunda fermentação a temperaturas naturalmente controladas.
Pronto,
daí nascia o Vinho dos Mortos, da região de Boticas, Norte de Portugal, perfeito
para brindar sem espanto, apesar do nome, principalmente no verão, pois é muito
leve. Até hoje, na região de Boticas é feito artesanalmente este processo, enterra-se
por aproximadamente 12 meses em serragem, para depois ser consumido.
Esta
ideia deve ter inspirado os franceses, já que durante as invasões, em especial na
segunda guerra, que sofreram dos alemães, também eles fizeram de tudo para
esconder os seus preciosos néctares das garras do invasor. Ainda bem que o
fizeram, pois alguns desses vinhos ainda podem ser bebidos por nós.
0 comentários:
Postar um comentário